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"Deita-me, despe-me e ataca-me num relance
Que o fogo lança sobre a madeira a arder
Sem que ela possa fugir, criando uma nuance
Entre o preto e o branco, entre o ter e o poder
É este o teu efeito em mim, um rasgar de sentimentos
Acalmando assim o mar de desilusões
Regando no jardim do amor os primeiros rebentos.

 

És jardineira e jardinas no meu corpo nu

Onde colhes os frutos das emoções
Mas só os maduros, deixando os verdes crescer
Porque sabes que a dona desses também és tu
Vindo sempre de cesta pronta, com a saia da vindima
Vendo tu os melhores cachos, pedes para ficar por cima
E olhas para o topo enquanto sobes e desces no carrossel
Só abrindo os olhos compreendes o espaço que te rodeia
E sentes aí o fervilhar do corpo em apneia
Causada pela fadiga do prazer e o desejo do mais-que-tudo
Proferindo algo irreconhecível, soltas um grito mudo
Fazes sentir que tudo é cor-de-rosa e sabor de mel
Inspiras a escrita e a adoração passional
Apagas o pensamento: "Será que isto vai correr mal?"

 

Sem a carne és o espírito, sem o espírito és a alma
Com alegria és a energia, sem energia és a calma
Entre os poros da tua pele escrevem-se 1000 poemas
Sobre a tua beleza, não dá para outros temas
Se o amor é um fogo, então sê pirómana
Mete-me a arder, alimenta-me a chama
Com a tua existencial cria-me loucura
Faz-me desejar os teus lábios, saborear a sua doçura
Rebenta-me a aorta com a tua imensidão
Faz de mim a tua profissão
E após isso tudo, repetindo o ciclo supramencionado
Lembra-me ao acordar que tu és a guitarra do meu fado
A saudade do meu português nativo
Que és grande parte da razão para que vivo."
- Ivanoel num bilhete deixado à Musa da Ria

"Pequena para que te escrevo eu
Sendo eu o calhau físico e aquático
Se sei que para ti sou eu o réu
E que talvez até me chames lunático

És detentora de plenitude sentimental
Afamada pela naturalidade do ser e viver
Oriunda do elemento vital
Dona da razão, do poder e do saber
Foges-me tu por entre os dedos da mão
Um misto entre o líquido e o volátil
Capaz de atos vindos do teu coração
Exibindo o teu navegar subtil
Ao todo, ao tudo e à existência
Carregando contigo o meu amor e sapiência.

Com a tua juventude e conselho,
Soprando tu o céu fica vermelho,
Flores choram pelas pétalas preta,s
Treme o mundo, caem cometas,
Tudo acaba restando nada.
És ninfa, és fada.

Solidifica-te e materializa-te, aqui e agora.
Lança o feitiço e deita-o para fora!
Porque para ti não chegam os elementos
Causas mais que um corrosivo sentimento imundo
Não podes ser só memória dos mais atentos
Que para ti querem tudo, querem o mundo."
- Ivanoel para a sua Musa da ria

"Escrevo-te isto em caso de estar sóbrio no dia seguinte
Hoje é dia de te escrever, hás-de ler, talvez, talvez te pinte
Escrevo isto com a tua foto ao lado,
Choro, sempre fui aquele primeiro, o no fim mal amado
Aquele que sem querer, conhecendo-te, mudou o seu fado
Um dia, talvez seja aquele irmão, conhecido, namorado
Mas até lá sou só o por bem ou mal humano afamado
Talvez pense, fui aquilo que quiseste que fosse
Mas hoje és a minha sida adormecida, quase uma tosse
Sempre presente mas sem me matar
Sem me fotografar na tua vida, sem me aliar
Com ódio m'olhando, a minha morte a desejar
Me fizeste escrever, algo raro, tenho de te congratular
Mas ler isto é infimamente possível
E seguir o meu projecto emotivo é em nada exequível
Sem chance, seremos preto e branco
Serei para ti o jogador não convocado e sempre no banco
Embriagado a escrever e partilhar tais líricas
Todas elas vindas do coração, um quanto ao quanto satíricas
Mas realidade, fruto do fruto da vida
Preferia não sentir este vazio e ter sida
Ou uma doença qualquer, que não me afetasse diariamente
Porque acredita, ainda hoje, de nós dois, sou eu quem sente"
- Ivanoel para a a sua musa da ria.

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